Terça da Serra

Blog Terça da Serra

Aqui você encontra as melhores dicas e notícias do grupo Terça da Serra

O cenário do envelhecimento nos Estados Unidos

Diante de um país tão desigual como o Brasil, não é incomum viver com a ilusão do “American Dream”, ou na tradução livre o “Sonho Americano”, é uma crença que tem por base que qualquer pessoa pode ter sucesso e prosperidade nos Estados Unidos, independentemente da sua origem social, em especial os imigrantes. Esse é um ethos nacional dos Estados Unidos, que se baseia em ideais de liberdade, igualdade e oportunidade promovidas pela própria cultura do país.

Apesar disso, é importante compreender como o cenário dos Estados Unidos é de forma realista, para isso, hoje trazemos no blog um estudo realizado pela Universidade de Stanford que aponta para um cenário não tão otimista para o envelhecimento.

 

Um estudo de Stanford prevê o crescimento dos casos de demência nas próximas décadas nos Estados Unidos

Em um mundo onde os avanços científicos parecem prometer soluções que beiram à ficção, não é incomum nutrir a esperança de que o cérebro, mesmo quando envelhecido, possa renascer por meio da neuroplasticidade. Essa crença apoia-se na ideia de que, independentemente dos danos causados pelo tempo ou por lesões, é possível estimular a geração de novos neurônios e, assim, restaurar funções cognitivas essenciais.

Hoje, trazemos no blog um estudo realizado pela Stanford Medicine que aponta para caminhos inovadores na regeneração neural. Por meio de técnicas avançadas como o CRISPR, os pesquisadores realizaram uma busca genômica em larga escala com o intuito de identificar quais genes, ao serem inibidos, poderiam reativar as células-tronco neurais em cérebros envelhecidos. Entre os 300 genes inicialmente identificados, um deles se destacou: o gene responsável pela produção da proteína GLUT4, um transportador de glicose. Ao inibir essa via metabólica, a equipe observou um efeito ativador e proliferativo nas células-tronco, o que resultou em um aumento superior a duas vezes na produção de novos neurônios em camundongos idosos.

Além do impacto direto sobre a neurogênese, a pesquisa também abriu portas para a compreensão de outras vias de sinalização que podem ser exploradas para estimular a atividade dos neural stem cells. Entre essas, destacam-se genes relacionados aos cílios primários – estruturas essenciais para o processamento de sinais extracelulares – que já foram associados à regulação do estado de quiescência dessas células. Essa intersecção entre metabolismo e sinalização celular não só reforça a eficácia da metodologia empregada pelos pesquisadores, como também amplia o leque de possíveis intervenções terapêuticas.

As implicações dessa descoberta vão muito além da regeneração neural em modelos animais. Com a possibilidade de desenvolver terapias farmacológicas ou mesmo intervenções genéticas que visem reativar células-tronco em cérebros envelhecidos ou lesionados, abre-se uma nova perspectiva para o tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, além de oferecer esperança para a recuperação de danos decorrentes de acidentes vasculares ou traumas cerebrais. Estudos futuros poderão inclusive investigar se modificações no estilo de vida, como ajustes na dieta que impactem os níveis de glicose, podem complementar essas abordagens inovadoras.

Ao aprofundar a compreensão dos mecanismos que regulam a atividade dos neural stem cells, o estudo da Stanford Medicine reforça a ideia de que o envelhecimento cerebral não precisa ser sinônimo de declínio irreversível. Embora a pesquisa ainda esteja em fase experimental e realizada em modelos animais, os resultados prometem transformar o panorama dos tratamentos para condições neurológicas, marcando um avanço significativo no campo da neurociência e, potencialmente, na melhoria da qualidade de vida de milhões de pessoas.

Referências e estudos complementares, como os apresentados pela equipe liderada pela professora Anne Brunet e pelo pesquisador Tyson Ruetz, destacam a importância de se explorar novas estratégias que aliem intervenções genéticas e modificações comportamentais, sinalizando um futuro em que o “renascimento” do cérebro possa deixar de ser apenas uma esperança e se tornar uma realidade terapêutica.

 

O desafio de acesso à saúde

Em um país como o Brasil, onde as desigualdades sociais se fazem sentir em cada aspecto da vida, a cultura popular costuma nutrir a esperança de que a saúde seja um direito garantido a todos, independentemente da condição financeira. Entretanto, o cenário dos Estados Unidos revela uma realidade marcada pela lógica do mercado, onde o acesso a serviços médicos depende fortemente de seguros privados e de condições econômicas favoráveis, contrastando fortemente com o modelo adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.

Nos Estados Unidos, o sistema de saúde se fundamenta em uma estrutura predominantemente privada, onde os altos custos e a burocracia dos seguros muitas vezes impedem que parcelas significativas da população recebam o atendimento adequado. Essa abordagem, pautada na crença de que a saúde é um produto a ser adquirido, resulta em tratamentos caros e em uma disparidade gritante entre aqueles que têm condições de arcar com as despesas e os que se encontram à margem desse sistema.

Em contraponto, o SUS foi concebido para garantir acesso universal e gratuito aos serviços de saúde, fundamentando-se em princípios de equidade e cidadania. Embora o sistema brasileiro enfrente desafios como a escassez de recursos e a sobrecarga em determinadas regiões, ele representa um compromisso com a saúde como um direito básico, promovendo uma assistência mais inclusiva e orientada para o bem-estar coletivo, o que difere radicalmente da realidade norte-americana.

Essa dicotomia entre os dois modelos evidencia os dilemas enfrentados pelas sociedades contemporâneas na busca por um equilíbrio entre eficiência e equidade. Enquanto os Estados Unidos se destacam em termos de inovações tecnológicas e avanços médicos, a lógica do lucro e a fragmentação dos serviços comprometem o acesso universal à saúde. Já o SUS, com todas as suas limitações, reafirma o ideal de que o cuidado à saúde deve ser garantido a todos, independentemente da capacidade financeira.

Ao aprofundar a compreensão dessas diferenças, torna-se possível refletir sobre os valores que norteiam as políticas de saúde em cada país. Essa comparação entre o sistema privado dos EUA e o modelo público do SUS não apenas ressalta os desafios de cada abordagem, mas também nos instiga a repensar caminhos para que, em um futuro próximo, o acesso à saúde seja um direito real e efetivo para toda a população, sem que a lógica do mercado comprometa a dignidade e a vida dos cidadãos.

 

Detectar a doença de Alzheimer cada vez mais cedo é um novo caminho

Recentemente, o Brasil testemunhou um marco significativo na busca de maiores ações de prevenção das demências, com a chegada do exame de sangue PrecivityAD2, desenvolvido pela startup americana C2N Diagnostics. Disponibilizado no país pelo Grupo Fleury, o teste oferece uma alternativa menos invasiva e mais econômica em comparação aos métodos tradicionais de diagnóstico, como o PET amiloide e a análise do líquido cefalorraquidiano.

O PrecivityAD2 realiza uma análise detalhada das proteínas beta-amiloide, tau e tau fosforilada no plasma sanguíneo, utilizando a técnica de espectrometria de massa de alta resolução. Essa abordagem permite detectar mínimas variações nessas proteínas, que são indicativas das alterações cerebrais características da doença de Alzheimer. Diferentemente de outros testes disponíveis, que focam apenas na beta-amiloide, este exame abrange uma gama mais ampla de biomarcadores, aumentando sua precisão diagnóstica.

É importante destacar que o PrecivityAD2 não se destina a triagens em indivíduos assintomáticos, mas sim a pacientes que já apresentam sinais de comprometimento cognitivo leve ou suspeita de demência. O exame deve ser solicitado por um médico e, atualmente, não é coberto por planos de saúde, tendo um custo aproximado de R$ 3.600. As amostras são coletadas no Brasil e enviadas para análise nos Estados Unidos, com resultados disponibilizados em cerca de 20 dias.

Além do PrecivityAD2, outros avanços têm sido registrados na detecção precoce da doença de Alzheimer. Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Marqués de Valdecilla (IDIVAL), na Espanha, desenvolveram um teste que utiliza o biomarcador plasmático p-tau217 para identificar a doença com precisão de 95% a 97%. Esse método também se destaca por sua abordagem menos invasiva, evitando procedimentos como a punção lombar.

A incorporação desses exames de sangue nos sistemas de saúde pode transformar significativamente o manejo das demências, permitindo diagnósticos mais precoces e precisos. Isso facilita o acesso a tratamentos emergentes e possibilita intervenções que podem retardar a progressão da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias.

Ao aprofundar a compreensão sobre esses avanços, torna-se evidente que a ciência está caminhando para tornar o diagnóstico da doença de Alzheimer mais acessível e menos invasivo. Embora ainda existam desafios a serem superados, como a ampliação da disponibilidade desses testes e a redução de seus custos, os progressos atuais sinalizam um futuro promissor no enfrentamento das doenças neurodegenerativas.

 

Cuidar com carinho é o nosso compromisso

Diante do avanço da expectativa de vida no Brasil, e diante disso, da necessidade de cuidar das pessoas mais velhas, há 10 anos o Terça da Serra se compromete em cuidar com carinho e qualidade de diversas pessoas idosas, com mais de 150 unidades espalhadas pelo Brasil inteiro. Tem um familiar vivenciando a experiência da demência? Precisa de auxílio no cuidado diário? Venha conhecer os nossos residenciais e se encantar com o jeito Terça da Serra de cuidar!