O mundo hoje já não vê mais os asilos como um espaço viável. Cada vez mais, diversos países vêm inovando na forma criativa, sustentável e intergeracional de cuidar das pessoas mais velhas; mas, mais do que isso, na criação de uma comunidade de cuidados intergeracionais, onde as trocas são valorizadas e as gerações podem experimentar uma convivência saudável.
Esses projetos mostram que a moradia intergeracional vai muito além de uma simples solução de habitação: ela representa um novo paradigma social, onde juventude e experiência se unem para fortalecer laços, reforçar redes de apoio e estimular o aprendizado mútuo. Ao permitir que estudantes, recém-formados e profissionais iniciem sua vida adulta convivendo com quem acumulou sabedoria e história, criam-se oportunidades únicas de mentorias informais, trocas culturais e solidariedade cotidiana. Da preservação da memória afetiva à promoção de hábitos saudáveis, esses modelos provam que a proximidade entre gerações é capaz de transformar o envelhecimento em uma etapa de riqueza e vitalidade. Em breve, exploraremos como iniciativas pioneiras no Brasil e na Europa têm adaptado essas ideias ao seu contexto local, inspirando políticas públicas e movimentos comunitários.
Hoje serão apresentados alguns projetos inovadores na área ao redor do mundo.
Residenciais sênior formais com estudantes integrados
Essas instituições formais com estudantes integrados são modelos de moradia colaborativa estruturados para combinar hospedagem estudantil com um ambiente de cuidado profissional para idosos. A premissa básica é:
- Espaços dedicados dentro de lares de longa permanência alugados ou subvencionados por universidades, faculdades ou prefeituras;
- Cota de vagas reservadas para estudantes (geralmente de até 30 anos) que se comprometem com horas semanais de convivência e pequenos serviços de ajuda (companhia, passeios, leitura, suporte leve);
- Equipe de coordenação municipal ou da própria instituição que faz a mediação, oferece treinamentos (noções de cuidado, primeiros socorros, comunicação intergeracional) e organiza atividades conjuntas;
- Benefícios mútuos: para o idoso, redução do isolamento e estímulo social; para o estudante, aluguel abaixo do mercado, experiência de voluntariado e aprendizado sobre envelhecimento ativo.
As instituições piores na Holanda e Países Baixos são:
Humanitas Deventer: Pioneira na Holanda, opera em parceria com o Instituto Humanitas e a Universidade de Twente. Oferece 30 vagas para estudantes que dedicam 4–6 h/semana a convívio e apoio leve aos idosos, em uma casa histórica adaptada com espaços comunitários. Destaca-se pelo vínculo direto com estágios acadêmicos de Psicologia.
Residentie Gerlachus (Maastricht): Fruto de uma aliança entre a Prefeitura de Maastricht e a Vrije Universiteit, o projeto reúne 20 suítes para estudantes e 40 unidades assistidas para idosos sob o mesmo teto. Cada jovem faz “buddy” com um idoso, programando atividades semanais (caminhadas, workshops) e participa de estudos longitudinais sobre qualidade de vida.
De Zorggroep – Baarlo & Venlo (Limburg): Adaptado para áreas rurais de Limburg, esse modelo oferece 25 vagas em cada uma das duas unidades, priorizando alunos de cursos de saúde e serviço social. Além de horas de convivência (5–7 h/semana), promove oficinas intergeracionais abertas à vizinhança, fortalecendo o envolvimento da comunidade local.
Haven Oost (Gouda): Projetado em parceria entre prefeitura e operadora de saúde, o campus geriátrico reserva 15 quartos para estudantes, que participam de 8 h/semana de atividades (corrida, música, memória). Seu diferencial é a integração direta com serviços de reabilitação e bem-estar, permitindo aos alunos vivenciarem práticas clínicas e conduzir grupos de discussão sob mentoria dos próprios idosos.
Comunidades multigeracionais independentes
Esses residenciais multigeracionais independentes funcionam como vilas ou bairros planejados onde pessoas de todas as idades mantêm moradia privativa, mas compartilham espaços comuns — jardins, praças, cafés, bibliotecas — e decidem coletivamente sobre sua gestão. A governança varia entre cooperativas, associações de vizinhos ou conselhos mistos, garantindo autonomia e participação ativa. Com eventos regulares (hortas coletivas, oficinas culturais, rodas de leitura) e programas de “vizinho amigo”, promovem inclusão, solidariedade e apoio mútuo, transformando o morar sênior em uma experiência social vibrante e intergeracional.
Alguns dos principais modelos são:
Eikpunt – Lent / Villa Sterappel: Conjunto de habitações em vila planejada, com cerca de 50 unidades residenciais voltadas a diferentes faixas etárias. Cada morador dispõe de seu espaço privativo, mas partilha amplos jardins, cafés e salas de convivência. A gestão é feita por uma cooperativa de moradores, que define regras de uso dos espaços comuns e organiza eventos semanais (feiras de troca, hortas coletivas, rodas de leitura).
Sterrebos (Oss): Bairro residencial reconstruído ao redor de um parque central e uma “casa da comunidade”, onde vivem cerca de 35 famílias e 20 idosos em moradias adaptadas. As residências são dispostas em pequenos blocos unidos por pátios internos. A associação local coordena oficinas mensais (artesanato, música) e mantém um programa de “vizinho amigo” para quem precisa de ajuda pontual.
Bergmanstrook (Zoetermeer): Desenvolvimento urbano de médio porte com 60 apartamentos e 10 estúdios para idosos, separado por tipologias de moradia, mas interligado por uma ampla praça central coberta. Há um conselho municipal de jovens e idosos que decide sobre o calendário de atividades — de cinema ao ar livre a aulas de tecnologia — e sobre adaptações no espaço físico conforme as necessidades.
Hof ter Borcht (Baarlo): Pequena comunidade de 40 unidades — entre casas terrea e pequenos apartamentos — projetada em torno de um pátio interno com fonte e biblioteca comunitária. Cada morador paga uma taxa fixa que inclui manutenção e acesso a serviços básicos (limpeza das áreas comuns, manutenção de jardins). O modelo funciona em autogestão, com rodízio de moradores para organização de eventos e manutenção leve.
Comunidades universitárias para idosos & centros de cuidados infantis integrados
São empreendimentos residenciais construídos no campus ou nas proximidades de universidades, oferecendo aos aposentados acesso a aulas, eventos culturais, instalações esportivas e interações diárias com estudantes e professores. Em geral, funcionam num modelo “life‐plan community” ou “village”:
Mirabella at Arizona State University (Tempe, AZ): Instalado dentro do campus, num edifício de 20 andares com 252 unidades de moradia independente e 52 suítes de cuidados de longo prazo. Os residentes pagam taxa de entrada reembolsável de US$450 000–2 000 000 e mensalidades de US$4 500–5 000, tendo direito a auditar disciplinas, frequentar eventos e usar bibliotecas e laboratórios compartilhados com alunos.
The Pines at Davidson College (NC): Projeto pioneiro em colégios particulares, oferece moradia para cerca de 100 aposentados em condomínio fechado anexo ao campus. Acordos de parceria incluem aulas de extensão para residentes, mentorias informais com estudantes e parceria em pesquisas de envelhecimento ativo.
Escolas/creches em conjunto com lares de idosos
Nesse formato, um centro infantil (creche/pré-escola) funciona dentro ou ao lado de um lar de idosos, criando convívio diário entre crianças e residentes:
- Providence Mount St. Vincent (Seattle, WA): O “Intergenerational Learning Center” recebe até 125 crianças (0–5 anos) cinco dias por semana dentro da mesma estrutura onde vivem 500 idosos. Atividades conjuntas reduzem a solidão dos residentes e estimulam o desenvolvimento social das crianças.
- Rose on Colfax (Mercy Housing): Um desenvolvimento de habitação acessível com 82 unidades residenciais e um centro de educação infantil no mesmo prédio, em Denver. Operado pela Mile High Early Learning, o espaço atende até 48 crianças e garante que famílias em situação vulnerável tenham moradia e cuidado infantil no mesmo local.
- Belong Chester (Chester, RU): Primeiro lar britânico a integrar uma creche completa no mesmo prédio, promovendo corais infantis, “mocktails” e projetos de arte; ampliou bem-estar físico e emocional dos dois públicos.
- Grace Living Center (Jenks, OK): Parceria inédita entre escola pública e lar de idosos, com salas de pré-escola instaladas dentro da instituição; pais e avós locais se envolvem em atividades conjuntas semanalmente.
Ambos os modelos — URCs e centros intergeracionais — têm se multiplicado na Europa, América do Norte, Austrália e Japão, sinalizando uma tendência de reconectar espaços de aprendizagem e cuidado. Ao desagregar a segregação etária tradicional, essas instituições demonstram que convivência multigeracional é capaz de gerar comunidades mais solidárias, resilientes e saudáveis em longo prazo.
Esses projetos demonstram que, mesmo em contextos urbanos, é possível integrar serviços de creche e acolhimento a idosos em um só empreendimento, ampliando redes de apoio, reduzindo custos logísticos para as famílias e promovendo vínculos afetivos entre gerações.
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