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Como manter a autonomia dentro de um Residencial Sênior?

Quando uma pessoa inicia o processo de avaliação para a transição de um ente familiar para um residencial sênior, surge um grande receio: a perda de autonomia. Podemos até aprofundar esse tema e dizer que, na verdade, o medo da perda de autonomia se deve ao próprio processo de envelhecimento, em que a transição para um residencial pode alimentar a insegurança de ter sempre alguém fazendo tudo pela pessoa, desde atividades diárias básicas até escolhas pessoais, mas dentro de um espaço estruturado, qualificado e profissional, é possível que esse cenário não se concretize e a pessoa tenha uma vivência diferente, falaremos sobre isso hoje no blog.

 

A importância do princípio da escolha

O princípio da escolha se baseia em – sempre, em qualquer situação – levar em consideração o que a pessoa deseja, independente da sua condição cognitiva. O declínio cognitivo pode dificultar decisões da vida diária de alta complexidade: compra de um imóvel, realizar um testamento, entre outras tarefas que exige a maior elaboração do pensamento, mas não exclui da pessoa o sentimento de pertencimento dos seus bens, da escolha da sua roupa, até mesmo da preferência pelo que comer.

Sendo assim, o passo inicial para preservar a autonomia de uma pessoa dentro de um Residencial Sênior, é importante compreender que as escolhas do cotidiano são importantes para fortalecer a confiança no vínculo criado com o cuidador, e garantir que a voz da pessoa idosa é mais do que ouvida, é respeitada.

 

Um espaço físico que não priva, estimula

O processo de autonomia física é, talvez, o menos estimulado durante o envelhecimento em diversos espaços. A ideia de entes familiares e até mesmo de muitos profissionais é o de “poupar” a pessoa idosa, quando na verdade o que se faz é desestimular, o que pode levar ao atrofiamento dos músculos.

Estimular a autonomia física de pessoas mais velhas, em especial com algum declínio cognitivo, pode ser desafiador, mas é um dos trabalhos de autonomia mais importantes a ser realizado, garantir que todos os dias a pessoa se esforce para ficar de pé, nem que seja por poucos minutos, fará com que ao longo do tempo ela reconheça que não precisa receber as auxílio para a sua higiene básica na cama, o que oferece maior perspectiva de dignidade.

Em um campo mais filosófico, esse estímulo garante a lembrança de que somos humanos, somos capazes e para uma pessoa mais velhas esse é um ganho muito significativo, de acordo com o quadro de saúde (em que muitos casos, pode haver um quadro de depressão, por exemplo).

Um espaço físico flexível e aconchegante com móveis que auxiliem esse processo de autonomia faz toda a diferença, uma poltrona mais alta que ajuda o idoso a se levantar, uma cama mais baixa que ajuda o idoso a colocar os pés no chão, não são meros detalhes. O espaço deve ser pensado para oferecer mais do que apenas descanso, mas também oferecer estímulo, força para permanecer ativo e autônomo.

 

O plano de cuidado para e com a pessoa idosa

Para garantir o princípio da escolha elencando anteriormente é necessário um plano de cuidado. Não é incomum, na área da saúde, perceber profissionais que se comunicam com familiares, na frente da pessoa idosa, como se ela não estivesse ali, definindo e delimitando ações com a autorização da família, onde todos os envolvidos decidem o que é melhor para aquela pessoa, sem realmente se questionar qual é a decisão da própria.

Um plano de cuidados eficiente deve contar com a participação da pessoa idosa do início ao fim, a fim de também trazer a consciência de responsabilidade e de participação que ela tem no processo: de que adianta prescrever um mínimo diário de atividades a serem realizadas durante um limite de tempo, sem o seu consentimento? Como a pessoa idosa enxerga aquela atividade? Concorda em realizá-las? Entende a sua importância? Sem esse trabalho feito com profissionais qualificados e familiares pacientes, o idoso simplesmente reproduzirá ações sem sentido, e nesse caminho, perderá a sua autonomia.

É importante que a equipe de profissionais esteja alinhada e aberta para flexibilizar algumas ações, seja para horários de atividades, seja na forma de realizar determinadas atividades. O cuidado humanizado é sempre aquele que dá mais trabalho, mas também aquele que sempre oferece os resultados mais satisfatórios.

Nesse sentido, as atividades com propósito garantem que os interesses da pessoa idosa se mantenham ativos. Não é sobre o idoso participar do grupo de artesanato toda quarta-feira de manhã, se ele nunca se interessou por artesanato, é sobre entender quais são os interesses dele, e quais interesses esses que podem ser relacionados com o de outros residentes do Residencial Sênior, a fim de garantir a aproximação efetiva por interesse do próprio idoso, e não apenas movido pelo desejo da família e dos profissionais para que ele esteja engajado socialmente, apenas por conveniência.

 

A importância do envolvimento familiar no processo

O verdadeiro envolvimento familiar vai além de visitas periódicas para verificar se o idoso permanece vivo, alimentado e de banho tomado. Quando falamos do envolvimento familiar, isso quer dizer o envolvimento participativo na vida dentro do residencial, na vida da pessoa idosa, com atividades que podem reforçar a autonomia da pessoa idosa: decidir onde será o próximo passeio, onde será a visita, o assunto que envolverá a visita, entre outros pequenos detalhes que fortalecem o vínculo e a autonomia da pessoa.

Além disso, um vínculo sólido entre a família e a equipe do Residencial Sênior é essencial para construir um pacto de cuidado verdadeiramente centrado na pessoa idosa. Essa relação de confiança mútua favorece decisões compartilhadas, evitando condutas unilaterais determinadas apenas pela equipe técnica. Quando a família participa ativamente, torna-se possível respeitar — de forma genuína — as vontades, preferências e valores do residente, fortalecendo sua sensação de autonomia e dignidade.

Uma comunicação clara e contínua também é peça-chave nesse processo. Manter a família informada sobre os desafios do cuidado permite que ela assuma um papel de apoio emocional e afetivo, funcionando como um espaço seguro onde o idoso pode expressar suas opiniões, desejos e até frustrações. Além disso, o olhar da família muitas vezes traz novas perspectivas para a resolução de conflitos, ajudando a construir soluções mais humanas, empáticas e personalizadas.

 

Cuidar da autonomia é cuidar da essência. Em um Residencial Sênior bem estruturado, respeitar as escolhas, estimular a independência e manter vínculos afetivos não são diferenciais — são compromissos. No Terça da Serra, acreditamos que envelhecer com dignidade significa viver com liberdade, mesmo em um ambiente assistido.

Se você está passando por esse momento de decisão com um ente querido, venha conhecer de perto como nossos residenciais promovem qualidade de vida, segurança e, acima de tudo, autonomia.

Agende uma visita ao Terça da Serra mais próximo de você e descubra como o cuidado pode ser leve, respeitoso e humano.