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A nova era do amor: como a longevidade está transformando os relacionamentos

Casar-se, nos dias atuais, significa dividir uma vida longa — muito mais longa do que há trinta ou quarenta anos. Quando pensamos na revolução da longevidade, devemos ter em mente que hoje não apenas se vive mais, mas se vive de forma completamente diferente das gerações anteriores: novas formas de se relacionar com outras pessoas por meio da tecnologia; novas maneiras de expressar e vivenciar os relacionamentos; muito mais tempo de vida e, portanto, muitas chances de experimentar diferentes formas de amar.

Além disso, com o avanço da participação do gênero feminino no mercado de trabalho, com uma construção de carreira sólida e a diminuição da natalidade, os relacionamentos já nem sempre são mediados por filhos, já em muitos outros casos, o casamento passa a integrar filhos que são frutos de outras relações, de forma a diversificar a representação dos papéis dentro da família nuclear.

Hoje iremos abordar sobre o impacto que o avanço da longevidade causa em relacionamentos amorosos e seu impacto positivo rumo à maior liberdade de vivenciar novas formas de amar, recomeçar vínculos de forma autêntica e expandir nossa identidade afetiva por meio de relações escolhidas conscientemente.

A redescoberta do amor na maturidade

Amar, na maturidade, significa se entregar de um jeito muito diferente do que se fazia aos vinte ou trinta anos. Em vez de pressa, há presença. Em vez de idealização, há escolhas reais. A redescoberta do amor em fases mais avançadas da vida é um dos fenômenos mais bonitos e potentes da nossa era da longevidade.

Se voltarmos quarenta ou cinquenta anos no tempo, o roteiro do amor era muito mais rígido: casar jovem, ter filhos logo, permanecer juntos “até que a morte os separe” — muitas vezes, mesmo sem amor. O amor era vivido dentro de um script social que não abria espaço para recomeços, dúvidas ou escolhas individuais.

Hoje, com o aumento da expectativa de vida (no Brasil, passou de 62 anos em 1980 para cerca de 77 em 2023, segundo o IBGE), temos muito mais tempo para viver — e mais tempo para amar, também. Essa revolução silenciosa mudou o jeito como percebemos os relacionamentos. Pessoas aos 50, 60 ou 70 anos estão redescobrindo o amor com menos idealizações, mais maturidade emocional e, principalmente, mais autonomia.

Além disso, os dados mostram um crescimento significativo de casamentos e uniões estáveis entre pessoas com mais de 60 anos. A digitalização afetiva, com aplicativos voltados para públicos mais velhos, também tem contribuído para isso. O tabu sobre amar “depois de uma certa idade” vem sendo derrubado por uma geração que já não aceita envelhecer em silêncio — nem sozinha.

Essa mudança não se dá apenas nos números, mas nas cenas cotidianas: casais grisalhos que marcam encontros pelo WhatsApp, viúvas que se apaixonam de novo, homens que reconhecem seus afetos com mais leveza após anos de repressão emocional. O amor maduro é mais honesto porque não precisa provar nada para ninguém.

A redescoberta do amor na maturidade é, acima de tudo, um exercício de liberdade emocional. É quando o amor deixa de ser uma necessidade e passa a ser uma escolha. E talvez isso o torne mais genuíno do que nunca.

A liberdade que a maturidade traz para recomeçar

Recomeçar, na maturidade, não é um ato de coragem — é um ato de liberdade. E talvez a maior liberdade que a vida adulta possa oferecer seja exatamente essa: a possibilidade de reescrever a própria história quando ela já parecia escrita.

Durante décadas, fomos ensinados a enxergar a maturidade como ponto de chegada: estabilidade profissional, casamento duradouro, filhos criados, rotina consolidada. Recomeçar depois dos 50? Parecia inadequado, até um fracasso. Afinal, para as gerações anteriores, a vida adulta era um ciclo único e linear: estudar, trabalhar, casar, manter.

Mas os tempos mudaram — e nós mudamos com eles. Com a revolução da longevidade e o aumento da qualidade de vida, o que antes era “meia-idade” virou um novo começo. Dados do IBGE mostram que, entre 2010 e 2022, aumentou em mais de 50% o número de brasileiros acima dos 50 anos que voltaram à sala de aula. Além disso, o número de empreendedores com mais de 60 anos também cresce a cada ano, impulsionado tanto por necessidade quanto por desejo de autonomia.

Essa reinvenção acontece em várias frentes: pessoas que se separam depois de 30 anos de casamento e decidem morar sozinhas pela primeira vez; mulheres que, após criar os filhos, retomam sonhos antigos; profissionais que largam carreiras estáveis para seguir um propósito mais alinhado com seus valores. Recomeçar, agora, é um direito adquirido com o tempo — não uma ameaça à estabilidade.

E, talvez, seja na maturidade que os recomeços mais autênticos florescem. Sem a pressão de agradar, sem a necessidade de se provar, sem o medo de errar. É quando descobrimos que já sobrevivemos a tanta coisa que mudar de rota não assusta mais — inspira.

A liberdade da maturidade não está apenas em poder recomeçar, mas em saber que não se começa do zero: começa-se do alto de tudo o que já se viveu. E isso muda completamente o peso — e o prazer — de recomeçar.

A expansão do “self” relacional

Relacionar-se é mais do que amar: é se transformar. A teoria da expansão do self relacional propõe que, ao nos conectarmos com outras pessoas, expandimos também quem somos. Ganhamos novas perspectivas, habilidades, experiências — ampliamos nossa identidade.

No passado, os relacionamentos eram estruturados de maneira mais funcional do que emocional. A lógica era a da complementaridade: alguém para formar uma família, dividir contas, ocupar papéis fixos. A individualidade era frequentemente sacrificada em nome da estabilidade. A ideia de que os relacionamentos poderiam ser espaços de crescimento pessoal era quase inexistente.

Hoje, com o avanço das discussões sobre saúde mental, autoconhecimento e vínculos afetivos conscientes, estamos aprendendo a valorizar relações que nos permitem crescer, e não apenas nos encaixar. Em vez de sermos metades que se completam, queremos ser inteiros que se somam.

Estudos contemporâneos em psicologia e neurociência afetiva mostram que relações saudáveis ativam áreas do cérebro ligadas ao aprendizado, criatividade e regulação emocional. Pessoas envolvidas em vínculos afetivos positivos tendem a desenvolver mais empatia, adaptabilidade e segurança emocional. Relacionar-se bem é, de fato, uma forma de evoluir — cognitivamente, emocionalmente e até fisicamente.

Esse fenômeno se reflete em comportamentos cotidianos: casais que viajam juntos para sair da rotina e ampliar horizontes, parceiros que incentivam um ao outro a estudar, mudar de carreira ou buscar terapia, amizades que sustentam processos de reinvenção pessoal. Os vínculos deixam de ser lugares de contenção e passam a ser espaços de expansão.

A expansão do self relacional é um convite à qualidade, não à quantidade. A se perguntar menos “quantos relacionamentos eu tive?” e mais “quem eu me tornei em cada um deles?”. Porque, no fim das contas, as relações que realmente importam são aquelas que fazem a gente crescer por dentro — e viver melhor por fora.

O aumento da mobilidade relacional

Amar hoje é também saber se mover. No cenário contemporâneo, as relações afetivas não são mais cercadas de obrigatoriedades imutáveis — elas circulam, mudam, evoluem, terminam e recomeçam. A isso chamamos de mobilidade relacional: a liberdade crescente de entrar e sair de vínculos de acordo com o desejo, a consciência e a saúde emocional de quem os vive.

Gerações passadas viam os relacionamentos como estruturas fixas. O casamento era um contrato para a vida toda, e rompê-lo era sinônimo de fracasso. O divórcio era tabu, a separação era vergonha, e a felicidade individual raramente era prioridade. Permanecer era mais importante do que estar bem.

Mas o mundo mudou. De acordo com dados do IBGE, o número de divórcios no Brasil aumentou 75% nas últimas duas décadas, com picos significativos em períodos pós-pandemia — momento em que muitas pessoas repensaram seus vínculos e passaram a priorizar relações mais saudáveis e alinhadas aos seus valores.

Essa mobilidade relacional não significa que amamos menos — significa que amamos de outro jeito. Hoje, é mais comum ver casais que escolhem se separar com respeito, ex-parceiros que mantêm laços afetivos pela criação dos filhos, pessoas que se permitem viver múltiplos relacionamentos ao longo da vida, cada um com seus aprendizados e intensidades. Relações que duram enquanto são boas, e não apenas porque “devem durar”.

Na prática, isso aparece em cenas cada vez mais comuns: mulheres que saem de casamentos longos e redescobrem a liberdade; homens que, depois de anos em relacionamentos tradicionais, passam a explorar novas formas de amar; jovens adultos que não buscam “almas gêmeas”, mas conexões compatíveis com seus momentos de vida.

A mobilidade relacional não é sinônimo de superficialidade, mas de autonomia. Ela exige mais responsabilidade afetiva, mais escuta e mais maturidade. Mas, em troca, nos oferece algo valioso: a chance de vivermos relações que façam sentido — e não apenas que façam parte do roteiro social.

No fundo, amar bem hoje exige um novo tipo de coragem: a de ficar por escolha e ir embora por amor-próprio.

No Terça da Serra, seguimos juntos nessa celebração da vida que se renova, crendo que, em cada etapa, somos sempre convidados a amar com mais leveza, mais coragem e mais verdade — porque, no fim das contas, a maior revolução da longevidade não está em viver mais, mas em viver melhor, com o coração sempre aberto para o encanto de recomeçar. Nas nossas unidades, acolhemos mais do que apenas pessoas, acolhemos histórias de vida, criamos vínculos, relações duradouras e profundas.

Venha conhecer a nossa unidade mais próxima de você e se encantar com o jeito Terça da Serra de cuidar de quem você ama!